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sábado, 17 de abril de 2010

Serafins e Cupidos

(Esse texto é um "filho do carnaval", porque a ideia pra ele me veio durante o Carnaval, enquanto eu encarava uma fogueira. Aliás, vocês já fizeram uma fogueira? Eu recomendo - é lindo.)

Desde o período paleolítico, o homem já conhece o fogo. Na realidade, eu me atrevo a dizer que desde sempre o homem o conhece. Ele sempre esteve lá, queimando, ardendo sem ser visto. E então o homem o encontrou, e ficou fascinado por ele.

No começo, era apenas uma questão de necessidade. Era preciso proteger e manter a espécie, e as chamas tinham esse poder. Depois, com o tempo, elas perderam sua função de proteção, mas o fascínio que exerciam permaneceu.

Poucas coisas são mais bonitas e paradoxais do que o fogo. Ele ilumina as áreas escuras e nos dá uma ideia um pouco mais clara do que nos espera ali fora. Ele nos aquece, nos impede de ficarmos frios e rígidos. E as chamas tremulando são um verdadeiro espetáculo.

No entanto, ele é uma coisa perigosa. Ele precisa destruir algo para se manter vivo: a madeira que poderia ser usada para construir a casa; a gasolina que poderia nos levar longe. E, dependendo do que queima, ele é diferente: fogo de Palha, fácil de ser achada, acende e queima rápido. O fogo da madeira sempre tem que ser realimentado; o da gasolina é difícil de controlar. O melhor fogo é mesmo o fogo do carvão, resultado de experiências e queimadas anteriores.

Mas, qualquer que seja o combustível, é preciso atenção para lidar com o fogo. Um descuido e ele pode queimar mais do que deve; é fácil demais se machucar com ele. A ferida pode ser pequena; aquela que dói, mas dói pouco e não se sente; aquela de que a gente só se lembra quando cutuca o lugar machucado. Mas também pode ser uma queimadura séria, que machuca profundamente, que desfigura. E aí a gente corre e apaga o fogo, se afasta dele. Os machucados doem vinte e quatro horas por dia, e alteram até nosso semblante. A gente jura que nunca mais vai brincar com o fogo, mas, apesar de demorar muito, acaba cedendo e voltando para perto dele.

Poucas coisas são mais bonitas ou paradoxais do que o fogo. Ele representa ao mesmo tempo proteção e perigo; conforto, aquecimento, e dor; iluminação e incerteza. Talvez seja isso o que tanto fascina o ser humano a respeito do fogo. Não sei; minha única certeza é a de que serafins e cupidos andam de mãos dadas.

O homem se julga diferente dos animais por ser o "mestre do fogo". Isso é besteira; nós não controlamos o fogo, nos apenas o achamos. Na verdade, é ele que nos controla; é o fogo que temos dentro de nós que nos leva a fazer a maior parte do que fazemos. No fundo, nós estamos à mercê daquela beleza contraditória e tremulante.

domingo, 11 de abril de 2010

Conselhos

Heeey, gente. Depois de quinhentos anos eu estou aqui de volta (risos).
Enfim, esse texto é da minha amiga Nina, que é f... com as palavras. E já tem umas duas semanas que eu tô enrolando pra postar esse texto, mas finalmente ele está aqui.

Conselhos

Não troque seus valores por palavras
Não os negue nem reprima
Pois teus valores lhe pertencem e a ti devem explicações

Não julgue em seus valores aquilo que não é teu
Pois a cada um cabe a escolha do caminho a tomar

Não imponha seus valores aos outros
Que podem não os entender ou simplesmente não os acatar

Viva de acordo com o que acredita
Faça o que acha ser o certo
Siga seus instintos

Viva.
Faça.
Siga.