- Não vai falar nada?
- Falar do quê?
- Vai ficar com essa cara aí e não vai falar nada?
- Não é nada.
- Ah, então ta. Cê que sabe.
- Aff...
- Que que foi?!
- Cê sabe o que foi!
- ...!
A briga começa; os gritos nervosos e já até incoerentes se sobrepõem aos pingos fortes da chuva que batem no vidro da janela. Dez minutos antes estava todo mundo rindo, todo mundo alegre e fazendo piada. E aí algo cruza a linha, toca num ponto sensível e pronto: sobem os espinhos.
A briga continua e evolui. Dos gritos, passa para batidas violentas da porta do carro, empurrões - tudo isso debaixo dos pingos grossos da chuva. Eles machucam, mas a briga e a raiva os distraem da dor. Os cabelos molhados colam-se ao rosto, a chuva mistura-se às lágrimas e a briga é encerrada: "eu odeio você!".
Cada um vira pra um lado; entram no carro, entram em casa, e a briga vai ficando para trás. A chuva engrossa - fantástico como as condições meteorológicas sabem se adequar ao nosso estado de espírito, não? - e quem estava em pose de guerreiro há pouco se encolhe na cama, a cabeça entre os joelhos em posição fetal. Inversamente, a bolinha de espinhos se abre e revela a parte rosada, carnuda e macia - frágil.
Lágrimas caem em sincronia com a chuva que agora toca uma sinfonia deprimente nas folhas. E é nesse ponto que um observador mais atento entende a diferença entre homem e porco-espinho. Para nós, a melhor defesa não é o ataque. Afinal, toda camada de espinhos só serve para proteger a carne macia e rosada de sangue, e nossos espinhos perfuram dos dois lados.
E a chuva cai igualmente todo o tempo, independente dos espinhos ou da carne.
Tenho outro desafio pra vocês. Eu tirei do texto original uma linha, que explica a diferença entre homem e porco espinho. Semana que vem eu coloco, mas alguém se arrisca a me dizer a diferença antes disso? ^_^- Falar do quê?
- Vai ficar com essa cara aí e não vai falar nada?
- Não é nada.
- Ah, então ta. Cê que sabe.
- Aff...
- Que que foi?!
- Cê sabe o que foi!
- ...!
A briga começa; os gritos nervosos e já até incoerentes se sobrepõem aos pingos fortes da chuva que batem no vidro da janela. Dez minutos antes estava todo mundo rindo, todo mundo alegre e fazendo piada. E aí algo cruza a linha, toca num ponto sensível e pronto: sobem os espinhos.
A briga continua e evolui. Dos gritos, passa para batidas violentas da porta do carro, empurrões - tudo isso debaixo dos pingos grossos da chuva. Eles machucam, mas a briga e a raiva os distraem da dor. Os cabelos molhados colam-se ao rosto, a chuva mistura-se às lágrimas e a briga é encerrada: "eu odeio você!".
Cada um vira pra um lado; entram no carro, entram em casa, e a briga vai ficando para trás. A chuva engrossa - fantástico como as condições meteorológicas sabem se adequar ao nosso estado de espírito, não? - e quem estava em pose de guerreiro há pouco se encolhe na cama, a cabeça entre os joelhos em posição fetal. Inversamente, a bolinha de espinhos se abre e revela a parte rosada, carnuda e macia - frágil.
Lágrimas caem em sincronia com a chuva que agora toca uma sinfonia deprimente nas folhas. E é nesse ponto que um observador mais atento entende a diferença entre homem e porco-espinho. Para nós, a melhor defesa não é o ataque. Afinal, toda camada de espinhos só serve para proteger a carne macia e rosada de sangue, e nossos espinhos perfuram dos dois lados.
E a chuva cai igualmente todo o tempo, independente dos espinhos ou da carne.
Atualização de 04/12 às 15:34 - Coloquei a parte que faltava. Alguém tinha pensado nisso? =D (Sim, eu sei que demorei. Desculpem.)