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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Digitais

O texto abaixo praticamente exala raiva, e eu sei que hoje é um dia de muita dor para algumas pessoas. Então não é certo que eu fique soltando raiva por aí. Não vou apagar o post, mas vou fazer algo pouco comum: postar dois textos num só dia.

“Nossas digitais não se apagam das vidas que tocamos”
O que fazemos é eterno em sua efemeridade
Em sua insignificância e em sua singularidade
As digitais não se apagam de onde esbarramos

A maior das digitais ainda assim não é visível
É fadada a não ser vista, a se manter no anonimato
Mas é o nosso único diferencial nato
Nossa singularidade realmente intransferível

E por ser assim tão única ela nos sentencia
A, ao contrário dela, fazer alguma diferença
Cumprir um papel tão singular

A despeito do quanto seja vazia,
Altera o local a nossa presença
Por menor que seja, algo irá mudar

Pois nossas digitais, a marca de quem somos,
Não se apagam, e mantém a lembrança de quem fomos.

Obs: o primeiro verso é do filme "Lembranças".
"Aqueles que amamos nunca nos deixam realmente".

Um comentário:

  1. Texto muito bem escrito por você...
    Cada vez melhor!

    "Não existe o esquecimento total: As pegadas impressas na alma são indestrutíveis..."

    Thomas de Quincey

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