Não sei muito bem como é que se sente saudade. Saudade pura, só ela, totalmente alojada na minha "magnânima bomba aórtica": não faço a menor ideia de o que é isso. Pra mim não é um sentimento inteiro que se sente num só lugar. Quer dizer, como a gente sabe sequer que está com saudade?
Saudade é silêncio. É o celular que já não toca mais, a conversa dos amigos à qual a gente não consegue mais prestar atenção. É a casa vazia sem o eco das risadas e sem o som do CD preferido, porque traz lembranças demais. É o piano calado, porque não se tem quem toque ou nos anime a tocar. É a falta até dos murmúrios pra gente mesmo, porque não se tem muito o que falar.
Saudade é frio. É a falta do abraço confortável, do casaco emprestado quando esquecemos o nosso. A falta de quem nos cubra durante a noite porque caímos no sono antes de fazer isso nós mesmos, ou de quem nos acompanhe numa taça de vinho durante o jantar. É a falta das palavras carinhosas que nos aquecem por dentro e das confissões embaraçosas que fazem nossos rostos queimarem.
Saudade é um monte de mudança. As fotos que são substituídas, ou que são tudo o que restou. A pessoa que não vai chegar em casa no horário que costumava chegar. Os sábados passados em casa. A cadeira vazia na mesa de jantar. Os objetos pessoais em caixas, não mais no armário.
Saudade é solidão. É estar rodeado de amigos e não saber exatamente quais, se alguém perguntar. É olhar para todos os rostos e buscar apenas um. E nunca mais vê-lo.
Saudade é silêncio, frio, mudança e solidão. É ausência de som, de calor, de companhia; é um monte de coisa que já não é mais. Não é como qualquer outro sentimento, que vai cavando um lugarzinho, se aloja no seu coração e fica até quando quiser. Não, a saudade é o contrário. É um não-sentir. É um buraco que surge, assim, sem mais nem menos, e vai ficando. E o que dói não é o que se faz presente com o tempo, e sim o que se torna ausente.
Por isso eu digo que não sei sentir saudade. Porque saudade a gente não sente: a gente deixa de sentir.
Saudade é silêncio. É o celular que já não toca mais, a conversa dos amigos à qual a gente não consegue mais prestar atenção. É a casa vazia sem o eco das risadas e sem o som do CD preferido, porque traz lembranças demais. É o piano calado, porque não se tem quem toque ou nos anime a tocar. É a falta até dos murmúrios pra gente mesmo, porque não se tem muito o que falar.
Saudade é frio. É a falta do abraço confortável, do casaco emprestado quando esquecemos o nosso. A falta de quem nos cubra durante a noite porque caímos no sono antes de fazer isso nós mesmos, ou de quem nos acompanhe numa taça de vinho durante o jantar. É a falta das palavras carinhosas que nos aquecem por dentro e das confissões embaraçosas que fazem nossos rostos queimarem.
Saudade é um monte de mudança. As fotos que são substituídas, ou que são tudo o que restou. A pessoa que não vai chegar em casa no horário que costumava chegar. Os sábados passados em casa. A cadeira vazia na mesa de jantar. Os objetos pessoais em caixas, não mais no armário.
Saudade é solidão. É estar rodeado de amigos e não saber exatamente quais, se alguém perguntar. É olhar para todos os rostos e buscar apenas um. E nunca mais vê-lo.
Saudade é silêncio, frio, mudança e solidão. É ausência de som, de calor, de companhia; é um monte de coisa que já não é mais. Não é como qualquer outro sentimento, que vai cavando um lugarzinho, se aloja no seu coração e fica até quando quiser. Não, a saudade é o contrário. É um não-sentir. É um buraco que surge, assim, sem mais nem menos, e vai ficando. E o que dói não é o que se faz presente com o tempo, e sim o que se torna ausente.
Por isso eu digo que não sei sentir saudade. Porque saudade a gente não sente: a gente deixa de sentir.
brilhante, e digo mais: não sei se sou só eu que sou esquisita, mas esse silêncio que fica por dentro, quando persiste, começa a virar barulho. no meu silêncio, quanto mais silencioso fica, mais vozes eu ouço, gritando e me esmagando. é como se minha mente não aceitasse e forçasse que os pensamentos voltem à tona. erm, enfim. rs
ResponderExcluirLendo e balançando a cabeça em concordância. Lendo e balançando a cabeça em concordância.
ResponderExcluirPois é!
:/
Num é que é exatamente isso: A falta daquilo? Ou ISSO é a falta daquilo? ou a falta daquilo é ISSO?
Não é atoa que a palavra SAUDADE seja intraduzível para a grande maioria dos idiomas...
Eu faço parte de uma pequena parcela da sociedade que gosta de sentir saudade. É nostálgico e gostoso pois remete a tempos bons, tempos felizes. Eu gosto da saudade.
ResponderExcluirBeijos moça!
hmn... acho que pode ser só comigo, mas e quando acontece de saudade virar uma dor fisica? dói, faz barulho e incomoda; talvez principalmente porque a gente sabe que o objeto da saudade tá vivendo um monte de coisas sem a gente e que vai mudar, e não vai mais ser do jeitinho que era antes.
ResponderExcluirTexto lindo como sempre :)
Beijos!
saudade;
ResponderExcluirÉ mais uma dessa corja
desses machucados
(c)(d)oloridos.