Conselhos de alguém muito sábio
Criança...
Deixa eu te falar sobre coisas que eu entendo. Deixa eu te falar, e ouça o que eu digo.
Não tenha medo de se apaixonar. É sério, não tenha. Não suprime seus sentimentos, e não deixa cada decepção te fazer desistir do amor.
Criança...
Pode parecer absurdo. Talvez eu não entenda muito de amor. Mas eu entendo de gente. E eu entendo de lutar por aquilo que quero. Faz isso também. Tenha em mente o que você quer e luta por isso.
Eu sei, é difícil saber o que você quer. Mas, no mínimo, você quer ser feliz. Então luta pela sua felicidade!
Criança, lutar pela felicidade não é algo tão fácil. Ainda mais se você não sabe no que reside a felicidade.
Então descobre o que te deixa feliz, e luta por isso. Descobre o que te machuca, e deixa essas coisas irem embora. Ou tenta achar um jeito de contornar elas.
Seja corajosa. Confia em si mesma. Toda criança sabe, bem no fundo, que absolutamente tudo é possível. Por que você deixaria de acreditar?
Acredita nas suas descobertas e certezas de criança. Acredita que se uma coisa não deu certo agora, vai dar certo amanhã. Acredita em mim!
Criança, as coisas se complicam depois que a gente cresce.
Ou a nossa mente que complica as coisas? Nada muda, só a gente e as pessoas ao nosso redor. O funcionamento do mundo continua o mesmo. Se a sinceridade é o melhor caminho para se aproximar das pessoas quando a gente tem 12 anos, por que deixaria de ser com 17? Se ter disciplina e fazer as coisas na hora certa é o caminho mais rápido para a liberdade quando se está na 6ª série, por que isso tem que mudar no Ensino Médio?
Criança... eu sinto falta de você. Eu sinto falta da alegria juvenil que costumava ter, e da coragem com a qual costumava agir. Algo se perdeu no caminho. Deixei de acreditar em mim. E só percebo agora que preciso da sua ajuda. É muito tarde para isso?
É claro que não, adolescente bobinha! Nunca é muito tarde. É tarde, sim. Demorou a perceber. Mas você não me matou, só calou a minha boca. No seu desespero de crescer, você passou a me ignorar e ter vergonha das coisas que eu fazia.
Mas não é assim que tem que ser.
A partir de agora, me deixa falar do que eu entendo, e ouça o que eu digo.