Confesso que esse texto não é um dos meus melhores trabalhos, mas eu realmente estou com vontade de postar. Leiam com carinho.
A noite cai e, com ela, caem as lágrimas no rosto da garota que se frustrou mais uma vez. Ela chega em casa e se enfia direto no banho para tentar se acalmar. E, principalmente, para tentar disfarçar as lágrimas e a vermelhidão nos olhos e no rosto com a água quente, quase fervendo. Alguns minutos e muito vapor depois, ela sai do banheiro enrolada na toalha, o choro controlado, a pele toda enrubescida com o calor.
Põe sua roupa, leva a toalha de volta para o banheiro, penteia o cabelo, seca com o secador, pondera seriamente se deve ou não fazer chapinha, se decide por não fazer e deita na cama com o iPod na mão. Sua mente se acalma e começa a vagar, agora que estão terminadas as muitas tarefas ligadas ao simples ato de tomar banho. E então a coisa degringola de novo.
O nariz começa a coçar; ela se esforça para reprimir o choro e apenas o intensifica. Antes que se dê conta, seus músculos do rosto estão se contraindo numa careta de dor, sua garganta está apertada e suas lágrimas escorrem de novo. Como se reduziu àquilo?, ela se pergunta. Mas a resposta é óbvia.
Os acontecimentos do dia passam em flashes diante de suas pálpebras cerradas. Ele nem sequer olhara para ela a maior parte do dia. Ele ficara abraçando outras meninas, amigas dele, indiferente à sua presença. E na única vez em que ele viera conversar com ela, ela não conseguira manter a conversa. Fora um total fracasso.
Seu coração bate apertado, ainda mais porque ela abraça os joelhos e o tórax com força. Frustrada, com raiva, ela se promete que vai esquecê-lo. Ela diz a si mesma que ele não vale apena. Que não faz sentido continuar com aquilo já que ela tem total controle do seu coração (mesmo sabendo que não tem), e que é melhor deixá-lo para trás. Até aí ela faz o mais sensato, exatamente o que tem que fazer para se sentir bem.
E então ela comete o erro:
- Eu vou achar alguém que vale à pena, sei que vou. É só continuar procurando.
É aí que ela erra, como todas as outras erram. É nesse momento que ela profere sua sentença e se condena a mais sofrimento, mantendo-se presa ao ciclo que é sempre o mesmo.
Começa com algo simples, banal. Uma gentileza, uma brincadeira, um contato mais longo das duas mãos, um olhar. Coisas que seriam vistas por pessoas sensatas como normais. Mas sua visão está turva e direcionada, e tudo toma proporções monumentais. De repente, surge essa sensação, e ela se diz apaixonada.
Apaixonada, mas sequer conversa com o rapaz. Apaixonada, mas não sabe dizer por quê. Apaixonada, mas não sabe sequer por quem.
Ela tenta e tenta se aproximar dele, e então há apenas dois possíveis passos seguintes: primeiro, ela não consegue, e se sente rejeitada (mas o rapaz sequer sabia que havia algo!); segundo, ela consegue, mas percebe que eles não têm nada a ver um com outro. Em geral ela insiste um pouco mais, mas só até o ponto em que a coisa se torna insustentável.
E, qualquer que seja o passo seguido, depois dele vem o sofrimento. Quando ele se torna demais, ela decide que é o bastante, e dá um passo na direção da liberdade - mas não consegue encerrar o ciclo, porque continua acreditando que “o amor está por aí, só basta procurar”.
A verdade é que não se deve procurar por amor, porque quem procura e não acha inventa, e se apaixona pela ideia de se apaixonar. E aí cria esperanças em cima de uma ilusão, cria uma possível felicidade em cima de uma ilusão. Se apaixona por uma ilusão. E, quando ela começa a cobrar seu preço, tudo cai por terra, sendo substituído pela dor da frustração.
Mesmo assim, ela não consegue impedir sua irrefreável procura pela ilusão.
Você me julgaria se eu dissesse que me identifico demais nessa menina? ;x
ResponderExcluir{exceto pela chapinha -q haha}
De qualquer forma, é exatamente assim e isso {o que passa pela nossa cabeça, o que a gente sente} é uma droga ;x.
O texto tá sensacional, juro *-*.
Parabéens! ;D
beeijos:*
Fico de cara com o quanto você se supera a cada texto que escreve. Leio todos (mesmo!) com o maior prazer do mundo, porque sei que se continuar assim, vou ter o direito de escrever uma biografia sua no futuro ;)
ResponderExcluirTexto ótimo, como sempre!
Parabéns, Paulinha!
Ei Paulinha...
ResponderExcluirGostei muito desse seu texto. Se você acha que não foi um dos seus melhores, gostaria de ver os que você gosta então, porque esse foi ótimo!
Já te admirava antes pelos textos, agora admiro ainda mais por ter te conhecido.
Parabéns mocinha!
Beijo
nossa princesa tia está boquiaberta de tão lindo e verdadeiro seu texto Vcê é uma escritora nata. vou abrir seu blog todo dia > obrigada pela oportunidade de ler tudo de lindo e real Sempre te admirei muito Te amo Bjos no coração. Tia Célia
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